segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Aprendendo com as mulheres

Por Jéssica de Oliveira

A mãe de Elias, dona Cláudia, é uma mulher de muitos instrumentos. Foi ela, por exemplo, quem ensinou o marido Hélio o ofício de pedreiro. Mas esse não foi a única lição que ela deu para seu Hélio. Também foi com ela que o marido aprendeu a coragem necessária para morar numa casa ainda em construção, dormindo no chão para economizar o dinheiro que seria gasto no aluguel.

Essa história é de Elias Rodrigues Aquino, de 19 anos, estudante, morador da rua Pernambuco. Ele é torcedor do Flamengo e não se prende a uma religião, mas se diz cristão. Ele conta que o melhor de sua rua são os vizinhos, que são excelentes pessoas, e que gosta de morar lá; as únicas queixas dos moradores da rua Pernambuco são a falta de água e iluminação precária.
Nas horas vagas, ele gosta de ler e conversar com os amigos. Não gosta de papos pela internet e ficar na rua, pois é muito caseiro.

Elias aproveita a chance de estudo oferecido pelo projeto para aprimorar-se e ter mais oportunidades de empregos na área gastronômica. Está muito motivado e diz ter chances de ganhar os prêmios oferecidos aos jovens que se destacarem e que quer doá-los ao irmão mais novo.

Aprendendo com a mulher
Eles tiveram que construí-la sozinhos. Sua mãe, que nunca sonhou em passar por essa situação, se viu virando massa e levantando paredes. Na verdade, foi ela quem ensinou o ofício de pedreiro ao marido.

Em meio a muitas dificuldades, seu Hélio, pai de Elias, sofreu vários acidentes e caiu do telhado duas vezes, mas por sorte sofreu apenas ferimentos leves.

Além desses acidentes, a obra parecia nunca acabar. Seu Hélio construía uma parede e logo a derrubava, pois via que estava torta. No final, derrubaram mais paredes do que levantaram.

Um dia, quando seu Hélio passava pela construção, viu uma luz acesa e se desesperou, achando que tinham invadido a casa. Mas na verdade era a dona Claudia, mãe de Elias, que resolveu ir morar lá do jeito que estava: sem água, sem luz, sem janelas, sem portas e sem piso (o chão era de terra batida).

A principio, Seu Hélio ficou louco, mas depois reconheceu que a atitude se sua esposa era muito racional, pois sem o aluguel, a obra poderia ser concluída com mais rapidez.

Hoje, tudo vai bem na casa de Elias. Na cozinha há algumas infiltrações, mas nada que atrapalhe o dia-a-dia da família Rodrigues.

Aquela obra, com todas as dificuldades que a acompanharam, não foi o suficiente para "derrubar" o sonho de ter uma casa para "abrigar um lar", ainda mais para uma família como aquela, que acreditou, se uniu e perseverou até o fim.

Um comentário:

Elias Rodrigues disse...

O NOME È ZÈLIA, JESSICA PASSOU LONGE DO NOME DA MINHA MÂE !!!